sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Por que os jovens fenômenos são vendidos?

Hoje novamente em todos os jornais foi anunciado, com um "falso pesar", a venda do projeto de craque Alexandre Pato, o jovem garoto subiu das categorias de base já como grande promessa e fez algumas exibições realmente brilhantes, embora em outras tenha esbarrado na própria inexperiência ou no desenvolvimento físico ainda incompleto.
Sem dúvida, Pato é um jogador valiosíssmo e por conta disso foi rapidamente vendido. Agora pergunto eu: estava o inter correto? Era possível segurar mais esse jogador?

A resposta é bem simples: não. Mas o motivo de ser não está longe de ser simples.

Os times brasileiros sempre foram famosos reveladores de jogadores, times de Vasco, Santos, Palmeiras e Botafogo nos áureos anos 40, 50 e 60 excursionavam com equipes reservas e voltavam com retrospecto invejável.

Essa profusão de talentos se deve em grande parte a nossa população, somos o país fã de futebol com maior população no mundo; Em segundo lugar deve-se aos nossos clubes que aliam uma total ingerência associada a uma alucinante capacidade de formar e descobrir novos talentos e por último à desigualdade social que faz com que o futebol seja uma alternativa de sobrevivência para muitas famílias, que investem todas suas forças em fazer seus filhos jogadores de futebol.

Com o passar dos anos e com admnistrações pífias nossos clubes se endividaram de forma praticamente irreversível. Eles não tem receita própria são defendidos por máfias organizadas de torcedores que não pagam ingressos e ainda espantam os torcedores comuns. Não tem uma organização e respeitabilidade suficiente para pleitear melhores patrocínios e cotas de tv, então resta a eles somente vender seus jogadores, é a única fonte de renda.

E do outro lado, jogadores não mais são ídolos como outrora, com identificação, amor à camisa. Jogadores contemporâneos, do perna-de-pau ao craque quer mesmo é encher a conta bancária. Não podemos culpá-los por isso, nunca negaram tal objetivo e nunca tiveram ao seu lado um clube que desejasse usar o jogador como um ídolo de verdade, que gerasse receita extra-campo, Rogério Ceni e Romário são felizes excessões que estão envolvidos em diversas situações especiais em seus clubes.

O jovem pato, vendido por 50 milhões de reais num contrato de 5 anos seria incapaz de gerar 10 milhões anuais para os cofres do inter sob qualquer outra forma, o lucro financeiro é absurdamente maior vendendo o jogador e ainda pode ser maior em uma futura transação devido aos direitos formadores.

O mesmo vale para robinhos, ronaldinhos, lulinhas, eles são capazes de gerar uma receita anual que nossos clubes não tem demanda em abocanhar, apenas mercados maiores, eles são caviar em mesa de pobre, melhor vender e comprar alguns quilos de arroz com feijão.

O craque vai ficar no Brasil, quando ser ídolo no Brasil for rentável, quando um ídolo gerar receita ele vai se pagar no clube. Mas para isso precisamos de uma visão de marketing muito mais profissional do que qualquer outro time brasileiro sonhou em ter e dado o crescimento das ligas européias secundárias, da ligas do sudeste asiático e da américa do norte, a tendência é essa situação piorar.

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