domingo, 23 de setembro de 2007

Formato ideal de uma Liga feminina

Está ocorrendo a quinta Copa do mundo de Futebol Feminino e a nossa seleção é uma das favoritas ao título.
Se em parte o futebol feminino nos enche de orgulho, tendo o maior público do ano no Brasil em um jogo de futebol na final do Pan e mostrar a raça e o amor
à camisa que a nossa seleção já esqueceu faz tempo ainda esbarramos em preconceitos, pouco caso da mídia e a ausência de uma liga nacional profissional.
Quanto a esse último ponto, considero uma completa vergonha para o país que se intitula "do futebol" ter ligas profissionais de basquete, handebol e voleibol e não ter uma liga profissional de futebol e nesse post me permito divagar sobre um formato de liga nacional de futebol feminino.
Analisando superficialmente podemos ver o motivo dessa ausência, o futebol no Brasil sempre foi associado aos clubes e, raramente, a universidades. A maioria dos esportes femininos é associada a clubes olímpicos e a universidades. Clubes de futbeol normalmente evitam investir em desportos femininos por equipe, com a excessão do Volei, no qual Sport e Flamengo tiveram esquipes tradicionais no esporte.
Os clubes estão falidos, tem uma estrutura comprometida, dívidas e praticamente são tomados por agentes, o dinheiro gasto com meninas poderia estar sendo gasto com rapazes que poderiam trazer contratos milionários. É diferente do volei ou do handebol, as meninas competem por espaço com os rapazes para os clubes e menos espaço para treinar divisões de base e equipes de futebol significa menos atletas em potencial que possam ser negociados no futuro.

Essa é a causa principal de uma liga de futebol feminino não poder ter ligação direta com clubes de futebol. Causas secundárias são o descaso da CBF pelo nosso futebol em qualquer coisa que não dê milhões para ela e o fato da divisão das torcidas nas cidades, fenômeno tradicional no futebol masculino e interessante visto que 90% dos brasileiros tem um time de futebol mas castrante em esportes menores. Imagina se os 5% que possam se interessar no futebol feminino ainda tivessem que se dividir entre os 2 ou 4 grandes times da cidade.

Diante desses fatores, a minha idéia é de uma liga independente, com times novos e focados apenas nas cidades grandes e nas cidades médias sem times na primeira divisão.

Cidades candidatas:
-belém
-manaus
-porto alegre
-curitiba
-Joinville
-são paulo
-campinas
-rio de janeiro
-vitória
-brasília
-cuiabá
-salvador
-campo grande
-belo horizonte
-uberlandia/uberaba

De início, todos os times teriam o mesmo patrocinador de material esportivo e um patrocinador oficial da liga.
Nos moldes da NBA, a liga contrataria jogadoras e distribuiria pelos times, usando regras de draft ou dividindo por região de origem da atleta. As baianas, por exemplo, jogariam predominatemente por Salvador.
Os times dividiriam os lucros e as despesas, sendo assim, teriam mais estabilidade e poderiam cortar os times não-lucrativos da liga e abrir times em cidades potencialmente melhores.

Estádios seriam um problema secundário, assim como o volei e handebol não se espera públicos astroômicos mas sim patrocínio vindo da televisão. Universidades Locais poderiam ajudar na parte de infraestrutura e patrocínio.

De início não se teria divisões de base, para isso seriam usados times amadores ou times de amplitudes estadual. Pode parecer absurdo, mas divisões de base são muito caras e diferentemente do masculino elas não vão gerar jogadores de milhões de euros para os clubes, para o futebol feminino divisão de base é despesa e só despesa.

Para ajudar na popularização, cada time teria uma identificação forte com a cidade ou estado. Por exemplo, o de Porto Alegre poderia se chamar Farroupilha FC, um de Belo Horizonte, Inconfidência FC ou Liberdade FC, O rio Energia FC (por causa do petróleo poderia trazer o "petrocínio" da Petrobras).

Não é dificil fazer uma liga nesses moldes. Basta trabalhar com seriedade , nunca irá ser um Brasileirão, nunca irá ser uma fábrica de dinheiro mas vai por comida na mesa das jogadoras e comissão e criar uma base de atletas de alto nível.

2 comentários:

Felipe Silva disse...

E a tal Copa do Brasil? Que achaste? Abraço.

Sidis disse...

eu gostei da idéia, mas uma copa não dá sustentabilidade para 1 time.

só para ter uma idéia nos EUA existe uma copa nacional desde 1914.